Quem apostou na baixa das criptomoedas lucrou 130% em 2022

O investidor que apostou em novas valorizações das criptomoedas em 2022 amarga grandes prejuízos, mas quem apostou na queda se deu bem. De acordo com a empresa de análise de dados dos Estados Unidos S3, quem apostou na desvalorização registrou lucros de até 130%.

Quem revelou esta informação foi Ihor Dusaniwsky, chefe de análise da S3. Este tipo de trade, conhecido como short, supera qualquer investimento do ano até aqui. 

Para fins de comparação, as apostas contra as ações das empresas de tecnologia registraram ganhos de 50%. Só que o mercado teve menos da metade do desempenho do short contra as criptomoedas.

Além da queda das criptomoedas em si, o bom desempenho das apostas na queda está no próprio mercado de ações. Os papéis de empresas ligadas ao mercado, como a MicroStrategy e a Coinbase, caíram forte em 2022 – e quem apostou contra elas também ganhou dinheiro.

Vendedores se deram bem

Conforme relatou a Bloomberg, Dusaniwsky utilizou dados que analisam exclusivamente as posições short, ou seja, de vendas. Portanto, a sua análise considera quem apostou na queda do mercado.

Na maioria dos casos, os investidores que fazem esta operação utilizam derivativos, como opções e mercados futuros. Eles também podem alugar ações e vendê-las para, em seguida, recomprar mais barato quando o preço do ativo cai.

Nesse sentido, Dusaniwsky avaliou posições vendidas entre três setores e relacionou suas posições. Os setores, além das criptomoedas e ações de tecnologia, foram as ações dos setores automotivo, de mídia e entretenimento.

Quem operou apostando na queda das ações do setor automotivo lucrou 50%, o mesmo que no setor de tecnologia. Já as apostas contra os setores de mídia e entretenimento renderam lucros de até 46%.

As apostas em ações como a Coinbase e a MicroStrategy, mais expostas ao setor de criptomoedas, renderam os maiores lucros. Desde o início do ano, os papéis da exchange e da empresa de software caíram 80% e 66%, respectivamente. 

Para se ter uma ideia, as ações da MicroStrategy chegaram a dar retornos de 400% entre 2020 e 2021, quando a empresa começou a investir seu caixa em Bitcoin (BTC). Hoje, a empresa detém mais de 130 mil BTC e tem a maior exposição entre as empresas listadas na bolsa.

A Coinbase, por outro lado, fez seu IPO na bolsa em abril de 2021 com um valuation maior do que o Bradesco e o Itaú, somados. Mas desde então, o preço da ação veio ladeira abaixo.

Preço das ações da Coinbase desde o IPO. Fonte: CoinMarketCap.

Preço das ações da Coinbase desde o IPO. Fonte: CoinMarketCap.

Aumento de juros impactou mercado

Tanto as criptomoedas quanto as ações de empresas do setor sofreram com a nova política de juros do Federal Reserve (Fed). Para combater a inflação, o banco central dos Estados Unidos adotou uma política monetária mais restritiva, com três aumentos de juros apenas em 2022.

Destes aumentos, dois foram de grande magnitude para os padrões do Fed: 0,5% e 0,75% – este último foi o maior aumento individual desde 1994. Os aumentos causaram muita volatilidade do mercado de renda variável, o que impactou no preço das criptomoedas.

Ao mesmo tempo, vários fundos e plataformas de empréstimos ficaram sem liquidez e chegaram até a paralisar os seus saques, o que fez aumentar o medo dos investidores. Isto, por sua vez, levou a mais vendas e quedas no preço, beneficiando as operações de quem aposta na queda.

Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aprovou o lançamento de um ETF que aposta na queda do BTC. Isto é, as cotas do fundo se valorizam conforme o preço do BTC cai, permitindo aos investidores céticos lucrarem com a desvalorização da criptomoeda.

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