Mineração de Bitcoin cresce na Rússia e já responde por 2% do consumo de energia

A despeito da crise na Rússia, os mineradores de Bitcoin (BTC) intensificaram suas atividades no país, conforme aponta o índice da Universidade de Cambridge. De acordo com os dados, a mineração russa já responde por 4,66% de todo o poder computacional (hash rate) do BTC.

Como resultado deste aumento, a Rússia responde pela quinta maior participação no hash rate. E conforme revelou o vice-chefe do Ministério da Indústria, Vasily Shpak, a atividade já consome 2% de toda a energia elétrica gerada na Rússia.

A título de comparação, o percentual é maior que toda a energia consumida pela agricultura russa.  Os legisladores estão preocupados com isso e pedem que o setor seja colocado sob a supervisão do governo. Ao mesmo tempo, o presidente Vladimir Putin deseja aproveitar o grande potencial deste mercado

Mineração como atividade industrial

Em um discurso recente Shpak lembrou que a mineração doméstica de BTC está na “zona cinzenta” da economia. Isto é, o governo não proíbe a atividade, mas também não exerce nenhuma regulamentação.

Nesse sentido, a Rússia não estabelece regras nem cobra impostos sobre os mineradores. Shpak afirma que esta postura deve mudar ou a atividade poderia representar “riscos ao país”.

“Aqui, nossa posição é completamente inequívoca. A mineração deve ser reconhecida, regulamentada e incorporada como uma atividade industrial”, disse o vice-ministro.

O alto consumo de energia também procupa Shpak, mas ele prevê que a mineração poderia usar menos eletricidade em um futuro próximo. Em contrapartida, o consumo atual é alvo de preocupação, especialmente quando comparado com outras áreas vitais da economia.

Por exemplo, a participação da mineração de criptomoedas supera a da agricultura. O problema é que 7% do território russo é composto de terras aráveis. Ou seja, a mineração de criptomoedas consome muito mais energia em proporção ao tanto que utiliza do seu território.

Os campos russos produzem mais de 10% das exportações totais de grãos do mundo e 23% das exportações globais de trigo. Isso significa que a agricultura deveria utilizar mais energia, o que não está sendo o caso.

“Você sabe qual a participação da mineração no mapa geral da geração de eletricidade em nosso país? E eu vou lhe dizer: mais de 2%. Isso é mais do que o custo da eletricidade para a agricultura ”, afirmou Shpak.

Mas o país não pode simplesmente proibir a mineração, visto que a Rússia é o quinto maior país neste mercado. A combinação de clima frio, vasta oferta de terras e baixo custo de energia levou os mineradores a escolherem o país. Apenas Estados Unidos, China, Cazaquistão e Canadá possuem atividades de mineração maior do que a Rússia.

Alta cúpula russa defende mineração

Contudo, se depender do presidente Vladimir Putin, o setor de mineração de criptomoedas continuará sendo parte vital da economia russa. No início do ano, o presidente defendeu a prática e disse que a Rússia tem vantagens ao estimular a mineração.

“Embora, é claro, também tenhamos certas vantagens competitivas aqui, especialmente na chamada mineração. Temos o excedente da eletricidade e o pessoal bem treinado disponível no país”, afirmou Putin.

Além de Putin, o Ministério do Desenvolvimento Econômico, o Ministério da Energia e o parlamento russo (Duma) também falaram muito bem da mineração. No ano passado, eles insistiram que a prática deveria ser legalizada. Com essa proposta, os mineradores seriam tratados como empreendedores e teriam diversas vantagens fiscais.

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