Garimpeiros ilegais de ouro compraram criptomoedas para tentar ocultar dinheiro ilícito

Uma quadrilha de garimpeiros de ouro, que foi alvo da Polícia Federal (PF) em uma operação recente, teria usado criptomoedas para lavar dinheiro ilícito das atividades por meio da Binance.

De acordo com um relatório da PF, ao qual o Metrópoles teve acesso, o grupo movimentou R$ 16 bilhões com o garimpo ilegal entre 2019 e 2021. Além disso, eles teriam enviado as moedas digitais para contas de laranjas ou carteiras frias.

Cripto para lavagem de dinheiro

Segundo a reportagem, a tentativa de ocultar o patrimônio ilícito com criptomoedas ocorreu logo após a Operação Gold Rush. O alvo da ação foi o garimpo Água Branca, em Itaituba (PA), onde opera a Gana Gold. A empresa pertencente ao empresário Márcio Macedo Sobrinho. A ação da PF ocorreu em setembro de 2021 para investigar a extração e o comércio ilegais de ouro.

Em julho deste ano, a PF deflagrou uma nova fase da ação, a Ganância, que culminou com a prisão de cinco investigados. No entanto, por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), o grupo já está em liberdade.

Conforme destacou a PF, o coordenador das operações financeiras do grupo é Alysson Alves da Silva, de 45 anos. Ele seria responsável, por exemplo, pelas operações com cripto e teria movimentado cerca de R$ 16 milhões entre junho de 2019 e novembro de 2021.

“Alysson pode estar alocando suas moedas digitais em contas de terceiros, ou ainda, nas chamadas hard wallet, carteiras utilizadas, em geral, para guardar altos valores em criptoativos. Elas são chamadas de carteiras frias e ficam desconectadas da rede. Possuem SEED, via de regra, de 24 palavras, que impossibilitam qualquer tipo de quebra de criptografia”, diz um trecho do documento da PF.

Uso da Binance

Ainda segundo o relatório, os criminosos usavam a Binance para movimentar os seus ativos.

“Com relação às criptomoedas, Alysson realizou 114 transferências de endereços da Binance para seus endereços pessoais (hospedados em suas cripto wallets) no período”, detalhou a PF.

Procurada pelo CriptoFácil, a Binance informou que “a segurança é prioridade”. Além disso, informou que “atua em total colaboração com as autoridades locais, incluindo em eventuais investigações, para coibir que pessoas mal intencionadas utilizem a plataforma.”

A exchange ressaltou que tem uma equipe de investigação de renome mundial que trabalha com as autoridades locais no combate a crimes. Isso inclui, por exemplo, o rastreamento preventivo de contas suspeitas e de atividades fraudulentas.

Por fim, a Binance disse que fornece treinamentos a autoridades de aplicação da lei no Brasil e no mundo sobre como investigar crimes ligados a cripto.

Token próprio

Além de usarem cripto para tentar lavar dinheiro, os criminosos também criaram um token próprio. As investigações apontam que o token IAUD, criado pela Instruaud em agosto de 2021, tinha um valor de mercado de R$ 109,21. A promessa era de lucros de 6% ao ano por meio do ativo digital.

Mas a PF descobriu que o ativo era só uma forma de os donos injetarem na empresa recursos do garimpo como se fossem “limpos”.

“Comprova-se que não houve uma quantidade significativa de dinheiro oriundo de terceiros no projeto de tokenização promovido pela Instruaud, até o momento, sendo uma clara tentativa de movimentar e ocultar valores ilícitos por parte dos investigados”, diz o inquérito.

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