Após problemas com Three Arrows Capital, exchange Voyager bloqueia saques e depósitos

A exchange de criptomoedas Voyager Digital suspendeu todas as transações, depósitos e saques, conforme anúncio divulgado pelo CEO da empresa, Stephen Ehrlich. Com isso, a partir da última sexta-feira (1), os usuários ficaram sem ter acesso aos seus fundos.

“Usuários da Voyager, hoje (sexta-feira) tomamos a difícil decisão de suspender as operações de trading, saques e depósitos.”, tuitou Ehrlich.

De acordo com o CEO, o problema tem a ver com o fundo Three Arrows Capital (3AC). Como já era esperado, o fundo deixou de pagar um empréstimo substancial que tomou com a exchange.

Dívida milionária

Conforme noticiou o CriptoFácil, a Voyager emprestou mais de 15 mil Bitcoins (BTC) e US$ 350 milhões na stablecoin USDC. No entanto, o fundo não arcou com o pagamento do empréstimo na data devida.

A princípio, a Voyager informou que iria à justiça para conseguir o valor que era devido pelo fundo. Mas provavelmente o empréstimo de alto valor prejudicou a liquidez da exchange, o que motivou a atitude de bloquear os saques. 

“A falha de um mutuário, Three Arrows Capital (3AC), em reembolsar um empréstimo substancial de nós torna este o caminho certo a seguir. Esta decisão, embora longe de ser ideal, nos dará tempo para trabalhar para fortalecer nosso balanço, uma condição necessária para proteger os ativos e preservar o futuro da plataforma Voyager que construímos juntos”, diz o comunicado da exchange.

Na semana passada, o 3AC recebeu uma ordem de liquidação de um tribunal nas Ilhas Virgens Britânicas depois de não pagar o empréstimo da Voyager. Ou seja, o tribunal considerou o fundo tecnicamente falido.

Posteriormente, o 3AC tomou a iniciativa e pediu falência por conta própria, através do Chapter 15, um mecanismo de falência comum nos Estados Unidos. Por meio deste pedido, o 3AC consegue lidar com o processo ao mesmo tempo que protege seus ativos nos EUA.

No entanto, os ativos do fundo em outras regiões podem ser tomados e servir como forma de garantir o pagamento das dívidas. Por isso, os credores tentam forçar outras liquidações como a que ocorreu nas Ilhas Virgens, para receber parte do valor devido.

Falências em sequência

A concessão de empréstimos a grandes fundos é uma das formas que as exchanges encontram para financiar suas atividades. Enquanto o mercado segue em alta, esta operação se mantém sustentável e até mesmo lucrativa.

No entanto, quando realizada em excesso, a operação acarreta elevada exposição e riscos. O caso do 3AC, por exemplo, começou após fortes quedas nos preços das criptomoedas, especialmente Ether (ETH) e o seu token sintético stETH.

Quando o preço de ambos caiu, os fundos que tinham exposição a protocolos de empréstimos foram liquidados, ou, em alguns casos, precisaram recorrer  e fornecer mais garantias para evitar o colapso de suas operações.

No caso da Voyager, o calote de US$ 660 milhões (ou mais de R$ 3,5 bilhões em valores atuais) dificultou as operações da empresa. Dessa forma, optou-se pelo bloqueio das operações.

“A Voyager está buscando ativamente todos os remédios disponíveis para recuperação da 3AC, inclusive através do processo de liquidação judicial nas Ilhas Virgens Britânicas. Estamos explorando alternativas estratégicas e tendo conversas produtivas com várias partes, e esperamos ter mais para compartilhar no futuro próximo”, disse a exchange.

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