Fed: pesquisa mostra que 13% dos americanos utilizam criptomoedas como pagamento
As criptomoedas tornaram-se um tópico relevante para o Federal Reserve (Fed). Tanto que pela primeira vez, o tópico foi tema de uma de suas pesquisas, que visam para entender melhor as experiências dos consumidores com esse meio de pagamento.
A mais recente dessas pesquisas chama-se “Bem-estar econômico das famílias dos EUA em 2021”. Feita em maio, a pesquisa entrevistou 11.000 americanos adultos entre outubro e novembro de 2021. Desse total, cerca de 13% utiliza criptomoedas como investimentos.
Outra parte desse total possui criptomoedas como meio de pagamento. Mas trata-se de uma fração muito pequena: menos de 3% do total.
Nesse sentido de investimento, as criptomoedas são utilizadas pela parcela mais rica dos americanos, aqueles que ganham mais de US$ 100 mil anuais.
“Pessoas que mantiveram a criptomoeda puramente para fins de investimento eram desproporcionalmente de alta renda”, concluiu o Fed.
Por fim, a pesquisa concluiu que as criptomoedas são mais utilizadas como uma forma de investimento em relação com o uso para transações ou compras. No entanto, a situação se inverte quando levados em conta os americanos que não possuem conta em banco. Deste grupo, 13% utilizam criptomoedas como pagamento ou meio de transferência.
Para que as criptomoedas são usadas nos EUA?
De acordo com o levantamento, os americanos que possuem acesso ao sistema bancário veem as criptomoedas como um investimento. Cerca de 12% dos adultos pesquisados disseram ter comprado criptomoedas apenas para este fim.
Em comparação, 2 % disseram que os usavam para comprar produtos ou enviar dinheiro para a família ou amigos. Outros 1% dos entrevistados disseram que usavam suas criptomoedas para enviar dinheiro para a família ou amigos fora do país.
Isso mostra uma clivagem de uso bastante clara. Quem possui acesso a serviços bancários possui menos dificuldade para efetuar transações. Logo, o valor do Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas como meio de pagamento não é reconhecido por este grupo.
Ao mesmo tempo, os cidadãos bancarizados ainda preferem serviços tradicionais de remessa. Plataformas como Western Union e as contas bancárias, por exemplo, são as mais utilizadas por este grupo.
Sucesso entre os desbancarizados
O tema mostrado no tópico anterior são reforçados por outro dado da pesquisa. Segundo o Fed, 99% das pessoas que investem em criptomoedas como investimento possuem conta bancária. Por outro lado, quem não tem acesso a bancos utiliza 13 vezes mais criptomoedas.
Analisando a situação dos desbancarizados, a pesquisa revela que 13% deles têm maior probabilidade de usar criptomoedas como meio de pagamento. Para este grupo, o BTC não é um investimento, mas sim uma alternativa barata aos bancos.
“Cerca de 99% dos que investem em criptomoeda, mas não usam para transações, tinham uma conta bancária. Em contrapartida, 89% dos investidores de criptomoeda não retirados tiveram pelo menos algumas economias de aposentadoria”.
Naturalmente, os cidadãos desbancarizados também utilizam o BTC como investimento. Este grupo possui uma visão de longo prazo, voltada sobretudo para a aposentadoria. De fato, a maior parte dos investidores desbancarizados está entre aqueles que não possuem planos de aposentadoria.
- Proporção de desbancarizados que utilizam criptomoedas. Fonte: Federal Reserve.
Além disso, 27% dos desbancarizados que não têm cartões de crédito usam criptomoedas para transações. Quanto ao investimento, 7% deste mesmo grupo as utilizam como forma de reserva financeira.
Em geral, o relatório mostrou que a adoção de criptomoedas nos EUA está crescendo e que mais pessoas desejam investir em criptomoedas antes de realmente usá-las como meio de pagamento.
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