Brasil está entre os dez países do mundo com maior taxa de adoção de NFTs, afirma Consensys

O Brasil é um dos dez países do mundo com maior adoção de tokens não fungíveis (NFT), de acordo com pesquisas da Consensys e Finder. Em uma lista de 20 países, o Brasil ocupa a oitava colocação, com 12,1% dos participantes declarando que possuem NFTs.

Como resultado, o país também ocupa o topo do ranking em número de usuários mensais da carteira MetaMask, também na oitava colocação.

Busca por NFTs no futuro

Além disso, 9,9% dos brasileiros disseram que planejam comprar NFTs no futuro, o que totaliza uma potencial adoção de 22%. Ou seja, levando em conta os 212 milhões de brasileiros, os NFTs teriam um enorme mercado potencial de quase 47 milhões de pessoas.

O país é o líder das Américas no quesito de adoção de NFTs, seguido da Venezuela, onde 10,6% da população possui algum token. Em seguida vem o Peru, na terceira colocação (9,9%).

Em primeiro lugar da lista está as Filipinas, onde 32% da população possui NFT. O país se tornou um grande polo desse mercado, sobretudo com o sucesso do jogo Axie Infinity. Muitos cidadãos filipinos encontraram no jogo e nos NFTs a possibilidade de fazer muito dinheiro.

Os 20 países com maior adoção de NFT. Fonte: Finder.

Por outro lado, os países mais ricos do mundo ocupam justamente as quatro últimas posições no ranking da Finder. Quem menos possui NFTs são os japoneses – apenas 2,2%, o que é irônico levando em conta o histórico interesse nipônico por tecnologia.

Estados Unidos e Reino Unido também possuem baixa adesão, com 2,8% e 2,5% da população que possui NFT, respectivamente. Os números surpreenderam Felipe Escudero, analista e criador do canal BitNada, que enxerga um enorme potencial de crescimento da tecnologia.

“Esse crescimento no interesse pelos NFTs inclusive, pode ser um catalisador no preço do Ether (ETH) e criptomoedas focadas em contratos inteligentes, como a rede Polygon, que muitos usuários estão procurando para registrar NFTs com um custo mais baixo”, afirma.

Maior adoção da MetaMask

Para realizar compras com NFTs, é preciso ter uma carteira com suporte às redes emissoras desses tokens. O dispositivo mais famoso desse mercado é a MetaMask, que atingiu 30 milhões de usuários mensais em março.

A pesquisa também verificou quais são os países com mais usuários da MetaMask, de acordo com dados de acesso. Nesse caso, os países mais ricos estão melhor representados, com seis deles entre os 15 maiores:

  • Estados Unidos (2º lugar);
  • Reino Unido (4º);
  • Alemanha (12º);
  • França (13º);
  • Canadá (14º);
  • Espanha (15º).

Mais uma vez o Brasil está na lista, de novo na oitava posição. Só que dessa vez o país é o segundo das Américas com mais usuários da MetaMask, atrás dos EUA. Ambos são os únicos do continente entre os 15 países com mais usuários da MetaMask.

Países com maior quantidade de usuários da MetaMask. Fonte: Finder/Consensys.

A presença do Brasil em ambos os rankings confirma a tendência de crescente adoção das criptomoedas pelos brasileiros, fato apontado em outra pesquisa realizada pela exchange Gemini. Com isso, o uso de redes como Ethereum também cresce de forma exponencial.

“O Brasil estar entre os maiores do mundo em número absoluto de Metamasks usadas, significa que o investidor brasileiro está aberto a novas tendências dentro do mercado criptográfico. NFTs e adesão ao universo das finanças descentralizadas passam quase que obrigatoriamente por redes EVM, e a Metamask encabeça as carteiras com suporte a blockchains focadas em contratos inteligentes”, explica Escudero.

Fator Neymar

Para Felipe Sant’Anna, da Paradigma Education, o crescimento dos NFTs e do uso da MetaMask no Brasil tiveram um apoio de peso. No caso, o jogador Neymar, que adquiriu dois exemplares da famosa coleção Bored Ape.

A compra dos NFTs saiu em grandes portais, inclusive no CriptoFácil, e teve uma forte repercussão entre os fãs do jogador. Para Sant’Anna, isso foi um dos fatores que resultou nos números revelados pela Finder.

“Quando Neymar comprou e passou a vestir seus NFTs de macaco, o brasileiro médio passou a ouvir sobre o assunto com mais frequência. Muita gente começou a colecionar NFTs depois disso, e a MetaMask é a opção mais popular de carteira quando se trata de auto-custódia de NFTs”, explica.

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