Noruega já produz 1% do hash rate do Bitcoin através de energia renovável

A Noruega é um dos maiores produtores globais de petróleo, mas o país tem se destacado em outro tipo de mineração. De acordo com um relatório recente da Arcane Research, o país nórdico já responde por quase 1% do poder computacional (hash rate) do Bitcoin (BTC).

De quebra, todo esse hash rate é gerado inteiramente por energia renovável. Como a mineração de BTC é bastante localizada, os mineradores conseguem manter sua produção rentável.

Segundo a Arcane, a energia hidrelétrica é a principal fonte utilizada pelos mineradores noruegueses. O país também possui custos de energia bastante acessíveis, o que torna a atividade mais rentável.

Por que a Noruega?

Por muito tempo, a Noruega era mencionada no contexto da mineração do BTC de forma negativa, geralmente para o intenso consumo de energia. Em maio de 2021, por exemplo, a Forbes citou que os mineradores de BTC absorvem mais energia do que alguns países.

A Noruega acabou sendo utilizada neste contexto. No entanto, atualmente o país agora hospeda uma quantidade significativa do hash rate do BTC. Embora os 0,77% não sejam um grande valor, a porcentagem é relevante considerando a reduzida extensão territorial e de população da Noruega.

Conforme apontou o relatório da Arcane, a mineração norueguesa é bastante diversificada. Por um lado, o país conta com pequenas indústrias, como a Kryptovault e a Arcane Green Data. Por outro lado, mineradoras como Northern Data, Bitdeer, Bitzero e Cowa já possuem um alcance mais global.

Duas razões levam os mineradores a escolherem a Noruega como hub de mineração. Em primeiro lugar, o país goza de grande estabilidade política e boas condições regulatórias. De acordo com o Banco Mundial, a Noruega é o 9º país do mundo em facilidade de realização de negócios.

Em segundo lugar, o país tem um clima frio – que favorece a mineração – e baixos preços de eletricidade. O custo de energia norueguês gira em torno de US$ 0,03 a US$ 0,05 por kilowatt/hora (kW/h), um dos mais baixos da Europa.

Ao mesmo tempo, o clima frio reduz ainda mais os custos com aquecimento das máquinas. Por fim, o governo norueguês oferece um imposto de energia reduzido aos membros do setor industrial. Esse incentivo vale para os mineradores de BTC, o que torna a energia ainda mais barata.

Mineração verde e o Greenpeace

O fato da mineração verde ser predominante na Noruega é mais uma refutação aos recentes ataques sofridos pelo BTC. A última ação do tipo foi realizada pela ONG ambiental Greenpeace, que pediu mudanças no algoritmo de mineração.

A campanha do Greenpeace ganhou o apoio de Chris Larsen, cofundador da Ripple. Larsen doou US$ 5 milhões para a ONG lançar uma campanha contra a Prova de Trabalho (PoW). O título da campanha é bastante sugestivo: “change the code, not the climate” (mude o código, não o clima).

No entanto, o caso da Noruega é mais uma evidência de que tais preocupações podem ser exageradas. Ray Nasser, CEO da mineradora Arthur Mining, afirmou que o Greenpeace está com o foco errado. Para ele, a mudança deve partir das mineradoras, e não do código.

“A solução é incentivar a aderência das mineradoras para o uso de energia limpa e renovável em vez de tentar mudar o protocolo do consenso do Bitcoin. Falta estudo. Mais de 50% da indústria global de mineração usa energia renovável e este número está aumentando dramaticamente”, disse.

O dado citado por Nasser é confirmado pelo Conselho de Mineração de Bitcoin (BMC), que em seu relatório de 2021 relatou que mais de 50% do hash rate do BTC é proveniente de fontes de energia renovável.

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