Inflação dispara nos Estados Unidos e atinge maior alta desde 1982

Enquanto a inflação no Brasil deu uma leve arrefecida, nos Estados Unidos os dados surpreenderam o mercado. O Consumer Price Index (CPI), o IPCA norte-americano, teve sua maior alta mensal em 29 anos.

O índice fechou o mês de abril com alta de 0,8%, bastante superior aos 0,2% esperados pelo mercado. Já o CPI Core – que exclui alimentação e energia – fechou em 0,9% de alta, acima da previsão de 0,3%.

Ambos atingiram sua maior valorização mensal desde fevereiro de 1982, quando o CPI também fechou o mês com alta de 0,9%.

Inflação e risco de juros derruba bolsas

Com a forte alta, a inflação acumulada em 12 meses nos EUA atingiu a marca de 4,2%. O valor supera e muito a deflação registrada em 2020, auge da pandemia de Covid-19.

Além de surpreender o mercado, o índice atual lançou dúvidas sobre a política do Federal Reserve (Fed). Afinal, o banco central havia estabelecido que os juros não aumentariam pelo menos até 2023.

Os juros nos EUA estão zerados desde o início de 2020. E o forte aumento da inflação pode levar o Fed a subir os juros antes do prazo, prejudicando ativos de risco como ações e até o Bitcoin (BTC).

Por conta disso, as bolsas abriram em queda nesta quarta-feira (12). O S&P 500 opera em queda de 0,9%, enquanto o Nasdaq 100 cai 1,5%.

Gráfico

Maior nível da “história pós-Bitcoin”

Outro recorde estabelecido pelo índice de inflação atual. A alta de 4,2% na comparação ano a ano foi a maior registrada pelo CPI desde 2009.

Curiosamente, foi o mesmo ano – pós-crise de 2008 – que o BTC surgiu para o mundo. A criptomoeda nasceu justamente como fruto da crise financeira que ocorreu na década passada.

E como a história costuma rimar, os momentos são parecidos. Em 2009, o governo dos EUA imprimiu US$ 700 bilhões para salvar os bancos que foram vítimas da crise.

Em 2021, os níveis de manipulação monetária foram sem precedentes. Os pacotes aprovados pelo governo estadunidense já atingiram US$ 4,1 trilhões.

Diferentemente de 2008 e 2009, muito desse dinheiro está entrando na economia ao invés de ficar preso nos bancos. Com a circulação, o preço dos bens e serviços tende a subir, diminuindo o valor do dólar.

No longo prazo, uma inflação mais alta gera mudança no comportamento dos investidores. Eles tendem a buscar ativos de proteção, retirando somas enormes de títulos e ações, por exemplo.

Para Michael Saylor, CEO da MicroStrategy e entusiasta do Bitcoin, o CPI não reflete o cenário de inflação. Ele destaca que o aumento de preços na economia real tende a ser muito maior.

“O primeiro desafio é diagnosticar corretamente o problema. A inflação monetária excede a inflação real de bens e serviços, que precede e excede a inflação oficial do IPC. O segundo desafio é escolher a solução certa. E ela é o BTC, não ouro nem títulos do governo”, afirmou.

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