Há 4 anos, uma ligação causa um banho de sangue na bolsa brasileira

Nesta terça-feira (18), completam-se quatro anos do “Joesley Day”. Trata-se do dia em que uma delação quase causou um novo impeachment, derrubou a bolsa brasileira em quase 10% e fez o dólar disparar.

A gravação que derrubou o mercado

Tudo começou na noite de 17 de maio de 2017. Uma conversa entre o então presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, foi divulgada para a imprensa nacional.

A gravação fazia parte de uma delação premiada entregue pelo próprio Batista. Na gravação, o dono da JBS solicitava a Temer uma ajuda para resolver uma pendência junto ao CADE, órgão que avalia as questões de concentração de mercado.

Além disso, foi aventada a possibilidade de comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. À época, Cunha estava preso em decorrência da operação Lava Jato.

Entre os temas da conversa, discutiu-se o pagamento de propina. O fato foi apontado como um eventual esquema de corrupção, e sua confirmação seria o estopim para uma possível queda de Temer.

Bolsa abre no vermelho e dólar dispara

A gravação foi tema de todo o noticiário durante aquela noite. Mas a bolsa, com o pregão fechado, não sentiu os efeitos. Já no dia 18, o pregão abrir em um mar de sangue.

Em poucos minutos, o Ibovespa chegou a cair 10,47%, sua maior queda diária desde a crise de 2008. O mecanismo de circuit breaker — que interrompe as negociações em caso de fortes quedas — teve que ser acionado.

O dólar disparou mais de 8%, abrindo a R$ 3,14 e fechando o dia a R$ 3,38. As ações das empresas estatais chegaram a cair quase 20% em um único dia.

Temores com novo impeachment

Pânico generalizado definiu aquele 18 de maio. Além do risco da queda do governo, havia a questão das reformas. O governo Temer tentava emplacar a reforma da previdência e precisava de apoio no congresso.

Após a divulgação do áudio, o mercado precificou uma derrota como certa. E esse cenário foi bastante negativo. Afinal, o Brasil ainda estava se recuperando da maior crise econômica dos últimos 120 anos.

“Com a saída da Dilma, veio um novo sentimento nacional de esperança: será que a gente vai conseguir melhorar o país de maneira mais institucional? E aí você vê o presidente Temer envolvido numa delação com caso de corrupção (…) Essa desesperança pegou o mercado como um todo e foi aquele banho de sangue”, disse Luiz Nunes, gestor da Forpus Capital.

Temer chegou a sofrer um processo de impeachment, mas conseguiu impedir a sua aprovação no congresso. Contudo, as reformas não foram aprovadas em seu mandato.

Por quase três anos, o Joesley Day foi considerado um dos dias mais sangrentos da década na bolsa. Ele também abriu ótimas oportunidades para quem desejava comprar ações a preços descontados.

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