Governo da Venezuela volta atrás e não vai atrelar salário mínimo a criptomoeda Petro

O governo da Venezuela voltou atrás e decidiu não atrelar o valor do novo salário mínimo a criptomoeda estatal Petro. A informação foi divulgada em publicação da Gaceta Oficial, o Diário Oficial do país, em 15 de março.

Segundo a edição 6.691 da Gaceta, o salário mínimo foi confirmado em 130 bolívares, quatro bolívares oficiais do que o valor previsto anteriormente. No entanto, a lei afirma que os salários serão pagos em moedas fiduciária, e não em Petro.

Isso contradiz as declarações que o presidente venezuelano Nicolas Maduro fez no início deste mês, quando afirmou que o salário mínimo seria levantado para metade de um Petro. Maduro também disse que o salário seria atrelado ao preço da criptomoeda – o que não aconteceu.

Referência e não régua

De fato, há apenas uma menção à criptomoeda estatal no texto, a qual afirma que o salário vale cerca de 0,5 Petro. Contudo, a criptomoeda aqui é utilizada apenas como uma unidade de referência, não como uma unidade de conta oficial.

Ou seja, os salários oficiais continuarão a ser contados em bolívares, e não em Petro. Na prática, o preço que importará continuará sendo o da desvalorizada moeda fiduciária.

“O salário mínimo mensal obrigatório é aumentado em todo o território da República Bolivariana da Venezuela, para os trabalhadores que prestam serviços nos setores público e privado, estabelecendo a quantidade de cento e trinta bolivares (130 VES) por mês”, diz a Gaceta.

Na fala de Maduro, ficou entendido que metade do salário iria variar conforme o preço da Petro, mas não foi o que ocorreu. O salário continuará sendo fixado em bolívares e na verdade é o preço da Petro que irá variar.

Isso significa que os 0,5 Petro que correspondem hoje aos 130 bolívares poderão ser mais ou menos. Se o Petro perder valor frente à moeda, o valor em bolívares é que servirá como unidade de conta.

Reações e explicações

A falta de clareza com a âncora dos salários no Petro foi um balde de água fria no país. De acordo com Pedru Eusse, coordenador geral da Frente Nacional da Luta de Trabalhadores, a notícia foi classificada como “uma imensa decepção”.

Para Eusse, a nova posição do governo representa uma perda salarial. A expectativa era de que os salários poderiam subir de acordo com a valorização da criptomoeda. Em vez de um salário que flutua, Eusse afirmou que haverá um congelamento de preços disfarçado.

“Ficamos frustrados ao descobrir que não há tal peg para o Petro, porque isso não é refletido no gazette oficial . Eles prometeram que iam ancorar o salário a 0,5 Petro, que é uma medida contábil que aumenta com os preços do petróleo. O que vemos agora é um salário congelado em US$ 30”.

US$ 30 é o valor em dólares do novo salário mínimo com base na cotação atual. Cabe destacar que a Venezuela fez uma reforma econômica que cortou três zeros do bolívar, cuja inflação chegou a superar 1.000.000% no passado.

No entanto, Franklin Rondon, representante da Assembléia Nacional da Venezuela, defendeu o governo. Ele reiterou que a Petro era usada apenas como uma unidade de conta, e que isso não significa que o salário mínimo vai aumentar a cada valorização da criptomoeda.

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