Gestora brasileira com R$ 56 bilhões sob gestão anuncia interesse em criptomoedas

A gestora Kinea Investimentos, controlada pelo banco Itaú, pretende direcionar parte de seus R$ 56,3 bilhões sob gestão para o mercado de criptomoedas. A decisão foi divulgada pela gestora através do portal Infomoney na quarta-feira (11).

O investimento deve começar aos poucos e por meio do exterior. Para isso, a Kinea deve adquirir futuros de Bitcoin (BTC) e de Ethereum (ETH) negociados nos Estados Unidos. Os futuros deverão fazer parte da estratégia dos fundos multimercado da empresa.

De acordo com o anúncio, o responsável pela estratégia será Rodrigo Zobaran, analista quantitativo da Kinea. Ao seu lado estará Gustavo Aleixo, chefe da área de pesquisa da gestora.

Kinea enxerga potencial, mas espera regulamentação

A estratégia de investimento da Kinea busca, acima de tudo, entender a relação entre as criptomoedas e as demais classes de investimento. Parte dessa relação foi identificada pela gestora durante a crise oriunda da pandemia da Covid-19.

Embora o BTC e as demais criptomoedas tenham “falhado” como reserva de valor, e sofrido fortes quedas em 2020, a recuperação foi imediata. Desde março, o BTC se valorizou cerca de 415%, uma das maiores rentabilidades neste período quando levadas em conta todas as classes de investimento.

Bitcoin

A princípio, a Kinea pretende adquirir exposição aos poucos, visando testar o mercado. Segundo Zobaran, a exposição pode aumentar conforme a regulamentação ficar mais clara, especialmente nos EUA. O analista afirma que a aprovação de um ETF de Bitcoin pode ser crucial para determinar a tendência do mercado.

“Se um ETF de criptomoedas passar [for aprovado] seria algo bem bullish [poderia fazer com que o mercado subisse]. Se não passar seria bearish [poderia fazer com que o mercado desvalorizasse]”, disse.

Os ETFs permitem que investidores de varejo consigam exposição ao ativo subjacente ao ETF. Apesar de terem pouco capital, esses investidores são numerosos e, portanto, geram um grande volume. Com isso, um ETF de BTC teria força para causar um novo movimento de alta no mercado.

Até o momento, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) rejeitou ou adiou todos os pedidos para criação de ETFs de BTC. No entanto, o presidente da SEC, Gary Gensler, disse que um fundo que investisse em futuros de BTC teria mais chances de ser aprovado.

Fundos da Kinea podem ter Bitcoin

Investir em futuros de BTC é algo que está alinhado com a estratégia multimercado, setor no qual a Kinea possui cinco fundos. Três deles são voltados para o investidor de varejo (Arkhe, Apolo, Chronos e Atlas II), enquanto o Atlas I é exclusivo para investidores qualificados (que possuem mais de R$ 1 milhão em investimentos).

Além de BTC e ETH, a Kinea também estuda outras criptomoedas. No entanto, a gestora esbarra na baixa liquidez desse mercado, fator que geralmente impede as gestoras de aportar grandes valores. Para Zobaran, a facilidade de acesso e de retirada do dinheiro via futuros fazem deles instrumentos mais atrativos.

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