Confira as ações que mais se valorizaram em setembro
Não foi apenas o Bitcoin (BTC) que teve rentabilidade negativa no mês de setembro. O índice Ibovespa (IBOV) abriu o mês aos 118,7 mil pontos, mas fechou setembro aos 110,9 mil pontos. Tal resultado representa uma queda mensal de 6,5%.
As ações do Banco Inter (BIDI11, BIDI4) e da Via (VIIA3) tiveram quedas de 31,2% e 25,7% respectivamente, as maiores desvalorizações da bolsa. No entanto, várias ações também encerraram a semana no positivo. As maiores altas foram:
- PetroRio (PRIO3) :31%;
- Minerva (BEEF4): 25,3%;
- Marfrig (MRFG3): 24,4%;
- JBS (JBSS3): 19,1%;
- BRF (BRFS3): 16%.
Carne vermelha, ações em verde
Apesar da maior alta do ser vir de uma ação do mercado de petróleo e gás, quem de fato roubou a cena foram os frigoríficos. Além do trabalho com carnes, essas empresas compartilham outra vantagem competitiva: as receitas precificadas em dólar.
Mesmo sendo empresas brasileiras, a maior parte das operações dos frigoríficos ocorre no exterior, bem como as vendas dessas empresas. Dessa forma, as empresas se beneficiaram do movimento da moeda estadunidense, que se apreciou 5,6% em setembro.
O retorno positivo é ainda mais surpreendente diante dos desafios enfrentados pelo setor em setembro. Logo no início do mês, o Brasil registrou dois casos da doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida popularmente como doença da vaca louca. A doença causou uma grande epidemia global no início dos anos 1990, com o abate de milhões de cabeças de gado.
No entanto, nunca ocorreu um surto de grandes proporções no Brasil. Após a detecção dos casos, o governo brasileiro chegou a suspender temporariamente as exportações de carne para a China, maior comprador e parceiro comercial. No entanto, o ato não comprometeu o desempenho das ações.
“Basicamente não aconteceu nada de especial no setor em setembro. Pelo contrário, teve até embargo da China à carne brasileira por conta dos casos atípicos de doença da vaca louca. Os frigoríficos, por sua vez, acabam não se encaixando nisso. São empresas dolarizadas, desconectadas com a realidade doméstica”, afirmou Sérgio Berruezo, analista de research da Ativa Investimentos, ao Estadão.
Mês terminou com riscos ao mercado
Setembro foi marcado por grandes turbulências globais, sobretudo no mercado chinês. O risco de quebra da gigante China Evergrande foi um dos fatores. Com US$ 300 bilhões em dívidas, a empresa correu o risco de ficar insolvente e levar milhares de credores à bancarrota. O temor foi de que uma falência gerasse um efeito cascata que poderia afetar todo o mercado global
Por outro lado, a queda no minério de ferro também derrubou a bolsa. O governo chinês restringiu a produção de aço no país, o que levou a uma queda generalizada nos preços. Consequentemente, as empresas do setor sofreram. As ações da Vale (VALE3), por exemplo, registraram uma queda de 20% no mês.
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