BIS: 90% dos bancos centrais exploram lançamento de CBDCs motivados pela expansão das criptomoedas

Em um levantamento recente com resultados divulgados nesta semana, o Bank of International Settlements (BIS) descobriu que 90% dos bancos centrais participantes de sua pesquisa estão explorando moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês).

Além disso, mais da metade dos bancos está desenvolvendo ou realizando experimentos concretos de moedas digitais nacionais.

Em particular, o trabalho de CBDCs voltadas para o varejo está em estágios mais avançados do que CBDCs de atacado.

O relatório em questão apresenta os resultados de uma pesquisa com 81 bancos centrais sobre seu engajamento com CBDC. Ao mesmo tempo, o documento reporta as motivações e intenções em relação à emissão de CBDC.

Conduzida no final de 2021, a pesquisa também pediu a avaliação dos bancos sobre o uso de stablecoins e criptomoedas em suas jurisdições.

As jurisdições dos bancos centrais respondentes representam cerca de 76% da população mundial e 94% da produção econômica global.

CBDCs, stablecoins e criptomoedas

Em linhas gerais, os resultados mostram que a ascensão de stablecoins e outras criptomoedas aceleraram o trabalho com CBDCs. Isso é especialmente verdade em economias avançadas, onde os bancos centrais dizem que a estabilidade financeira aumentou em importância como motivação para seu envolvimento no CBDC.

Em média, quase 6 em cada 10 bancos centrais entrevistados disseram que esse crescimento acelerou seu trabalho com CBDCs.

“Globalmente, mais de dois terços dos bancos centrais consideram que provavelmente emitirão ou poderão emitir uma CBDC de varejo no curto ou médio prazo. O trabalho em CBDCs por atacado é cada vez mais impulsionado por razões relacionadas à eficiência dos pagamentos transfronteiriços”, destaca o relatório.

De qualquer forma, os bancos centrais, em geral, percebem que o uso de stablecoins/criptomoedas é limitado a nichos ou casos de uso específicos.

No entanto, uma parcela considerável acredita que as stablecoins podem se tornar um método de pagamento amplamente utilizado.

“A pesquisa de 2021 mostra como o surgimento dessas e de outras criptomoedas acelerou o trabalho global em CBDCs”, pontua o BIS.

Em comparação com 2020, a parcela de bancos que estão desenvolvendo ou executando um piloto saltou de 14% para 26%. Além disso, 62% estão realizando experimentos ou provas de conceito.

Vantagens das CBDCs

À pesquisa, os bancos centrais disseram que consideram as moedas digitais nacionais instrumentos capazes de aliviar alguns problemas. Como exemplo, citaram o horário de funcionamento dos sistemas de pagamento atuais e a duração das cadeias de transações.

Outro fator de importância para estudo de moedas digitais nacionais está relacionado aos pagamentos transfronteiriços.

Nesse sentido, um programa ambicioso e plurianual dos países do G-20 está em andamento. O objetivo é tornar os pagamentos transfronteiriços mais rápidos e baratos, além de mais transparentes e acessíveis.

No caso das economias avançadas, o crescimento de stablecoins e criptomoedas acelerou seu trabalho em CBDCs. Enquanto isso, no caso das economias em desenvolvimento, a eficiência dos pagamentos domésticos; a segurança dos pagamentos; e a estabilidade financeira são fatores importantes para o lançamento de uma CBDC.

Cooperação e interoperabilidade 

O foco global no lançamento de versões digitais do dinheiro também estimulou a colaboração entre os bancos centrais. Juntos, eles estão monitorando as implicações dos criptoativos e coordenando abordagens regulatórias para conter riscos para o sistema financeiro.

Além disso, a maioria (76%) dos bancos centrais que trabalham em uma CBDC de varejo está explorando a interoperabilidade com os sistemas de pagamento existentes.

Há, ainda, uma colaboração dos setores público e privado, particularmente para atividades de atendimento ao cliente. De acordo com o BIS, a maioria dos bancos centrais está considerando uma arquitetura CBDC de varejo que envolva o setor privado.

“A colaboração dos setores público e privado, juntamente com a interoperabilidade, contribuiria para um ecossistema no qual as CBDCs coexistiriam com outros meios de pagamento”, ressalta o BIS.

Conforme destaca o relatório, ao longo de 2021, o trabalho com CBDCs ganhou mais impulso. Depois que as Bahamas lançaram uma CBDC de varejo, a Sand Dollar, em 2020, a Nigéria seguiu a iniciativa com o lançamento da eNaira em 2021.

Enquanto isso, o Caribe Oriental e a China lançaram versões piloto de seus respectivos DCash4 e e-CNY.5. No Brasil, o Banco Central afirmou que lançará um piloto do Real Digital já em 2022.

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